Apenas em 2020, o país emitiu R$17,51 trilhões em notas fiscais, comprovando o cenário burocrático do Brasil, mas as empresas podem tirar vantagens da situação.
Um novo levantamento publicado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), revelou que o Brasil emitiu mais de R$17,51 trilhões divididos em 3 bilhões de notas fiscais apenas no ano de 2020.
Se por um lado esse altíssimo número escancara a forte realidade burocrática vivenciada no país, por outro já existem empresas que enxergam nesses números boas oportunidades para gerar receita por meio delas.
Um bom exemplo são as companhias que adotaram a nota fiscal como recurso de inteligência de negócio, disponibilizando o chamado cashback em troca do documento.
Neste modelo, voltado para consumidores finais, as empresas devolvem parte do valor do produto ou serviço para estimular a compra, além de fidelizar e construir um relacionamento com os clientes.
Por outro lado, existem startups empenhadas em destrinchar os dados e informações contidas em notas fiscais para, a partir daí, gerar valor aos seus clientes, uma vez que elas possibilitam aos gestores tomarem decisões mais assertivas, melhorar processos internos e até mesmo renegociar contratos com parceiros, e mais.
Sobre o tema, a co-CEO e sócio-fundadora da Arquivei, Isis Abbud, explica que, atualmente, os profissionais envolvidos no processo de gerenciamento de documentos fiscais estão muito mais focados em entregar as obrigações burocráticas do que utilizar esses dados a favor da sua empresa.
“Nosso objetivo é realizar quase uma quebra estrutural e cultural desse cenário junto aos nossos parceiros. Ou seja, transmitimos a mensagem de que a NFe são registros da própria empresa e podem ser usados de forma estratégica para estabelecer mudanças importantes nos seus negócios”, comenta a co-CEO.
Abbud ainda explica que parte do trabalho é mostrar que a nota fiscal não é uma vilã dentro das empresas.
“Queremos dar luz ao valor contido ali dentro, fazendo com que esse documento passe a ser visto como uma ferramenta fundamental para o acompanhamento em tempo real da saúde financeira da empresa, além de abrir espaço para melhorias e potencialização tanto de grandes corporações como PMEs”, descreve.
Parte fundamental e necessária em qualquer empresa, independentemente do tamanho ou setor de atuação, as notas fiscais sempre foram vistas como uma burocracia atrasada e de pouca relevância no cenário corporativo.
“No entanto, parte do mercado já começa a gerar valor para esses documentos, seja numa função de fidelizar os clientes, ou garantir informações relevantes ao próprio negócio. A ideia é que esse mindset continue avançando nos próximos anos”, conclui a empreendedora.
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