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Brasil é um dos países mais otimistas com o avanço da IA Generativa, aponta estudo

Estudo realizado em 10 países mostra preocupações com regulamentações, ética e segurança de dados


Fonte: Banco de imagens Canva

Um recente estudo conduzido pela Thoughtworks, consultoria global de tecnologia, revelou que o Brasil é o segundo país mais otimista com a Inteligência Artificial Generativa (IAG), ficando atrás apenas da Índia. A pesquisa intitulada “IA Generativa: O que os consumidores desejam” entrevistou 10 mil consumidores em 10 países diferentes. No ranking, Singapura ocupa o terceiro lugar, enquanto Alemanha, Países Baixos e Reino Unido mostraram-se mais céticos em relação às promessas da IA Generativa.


Entretanto, apesar do sentimento positivo dos brasileiros, a pesquisa também apontou para uma série de preocupações e desafios que acompanham o avanço da IA Generativa, especialmente no Brasil. Questões relacionadas ao possível uso indevido de dados, disseminação de fake news e vieses preconceituosos foram destacadas como áreas de preocupação.


Apesar de algumas incertezas, 67% dos entrevistados brasileiros demonstraram estar inclinados a comprar de empresas que implementam Inteligência Artificial Generativa em seus processos, desde que as empresas sejam transparentes e proativas em como os dados são usados. Além disso, a pesquisa revelou um forte desejo por parte dos consumidores de ver as marcas utilizando a tecnologia para impulsionar a inovação.


Para 95% dos brasileiros, acreditam que as empresas poderiam aproveitar a IA Generativa para serem mais inovadoras, destacando a expectativa de que as corporações utilizem esses modelos para aprimorar ideias e serviços. Contudo, embora a IA Generativa ofereça a promessa de uma experiência personalizada, uma parcela dos entrevistados (54%) demonstrou preocupação com a falta de “toque humano” nos negócios, podendo até desmotivar a compra.


De acordo com Rosi Teixeira, Diretora de Tecnologias Emergentes e Comunidades da Thoughtworks Brasil, a posição ocupada pelo país em relação aos demais reflete a curiosidade das pessoas para com o que é novo, mas ainda falta conhecimento e regulamentação suficientes que sejam capazes de minimizar os temores. “Muitas pessoas têm um celular de última geração, mas não sabem como aproveitar tudo o que ele oferece. Acontece o mesmo com a Inteligência Artificial Generativa. É uma tecnologia em ascensão com bastante espaço a ser explorado e o desconhecido acaba gerando receio”, explica.


Preocupações com a segurança de dados, ética e privacidade

O estudo mostrou que, para que a IA Generativa atinja todos os seus potenciais com sucesso e promova uma inovação adequada, as empresas precisam assegurar um uso responsável e ético. Isso porque, os maiores receios para:


  • 94% dos entrevistados afirmaram ter preocupações éticas em relação ao uso da tecnologia;

  • 74% dizem que a manipulação de dados sem consentimento está entre os maiores receios;

  • 64% apontam a desinformação;

  • 57% conteúdo prejudicial;

  • 54% plágio;

  • 43% preconceito


A pesquisa aponta ainda que os impactos às empresas causados pelo uso indevido da IA Generativa devem incluir danos à reputação (65%) e questões legais e regulatórias (64%). “As consumidoras não querem ser enganadas e nem terem os seus dados violados. Elas têm o direito de decidirem como as organizações farão uso dessas informações que, antes de servirem para a geração de ideias, produtos e serviços, são pessoais de cada indivíduo”, acredita Rosi.


Regulamentações devem trazer consequências a quem não as segue

Neste cenário, as regulamentações entram como medidas necessárias para responsabilizar o uso indevido e inapropriado da IA Generativa.

  • 72% das entrevistadas esperam que as leis sejam capazes de garantir que as empresas deixem claro como os dados são usados;

  • 64% querem que as regulamentações exijam transparência proativa das corporações;

  • Apesar dos desejos de uma regulamentação adequada, 54% não confiam que as empresas possam cumpri-la;

Rosi Teixeira reforça ainda a importância de as organizações entenderem o seu papel e responsabilidades na sociedade e de que forma elas podem contribuir para gerarem impactos positivos. “Quem consome produtos e serviços de determinada companhia quer ter a certeza de que os seus dados estão sendo usados de forma adequada, portanto, construir um relacionamento de confiança é fundamental para que os negócios prosperem. A IA Generativa oferece muitas oportunidades, mas, antes, é preciso se preocupar em como dissipar os medos existentes e utilizá-la de forma responsável”, conclui.


Consumidores pelo mundo

Os dados globais apontam que há interesse na IA Generativa em todo o mundo:

  • 72% das entrevistadas mostram-se entusiasmadas com este assunto

  • 68% afirmam que é essencial que a regulamentação não desencoraje a inovação empresarial.

  • (90%) concorda que as regulamentações governamentais são necessárias para responsabilizar as empresas pela forma como usam a IA Generativa.

Se uma empresa falhar em incorporar responsabilidade e ética em sua utilização, 93% das consumidoras entrevistadas acreditam que ela corre o risco de enfrentar prejuízos, como questões legais e regulatórias (65%) e danos à reputação (65%). Com isso, os negócios precisam ser transparentes sobre o uso da IA Generativa, caso contrário, correm o risco de perder clientes atuais e prospecções.


A maior parte das pessoas consumidoras (85%) preferem organizações que mantém transparência e igualdade no uso da IA Generativa.


A pesquisa também aponta que 68% acreditam que os negócios devem continuar inovando com a IA Generativa em um ritmo acelerado enquanto regulamentações efetivas são desenvolvidas pelo governo. E para que as organizações usem essa tecnologia de forma responsável, os consumidores acreditam que as regulamentações devem especificar às empresas de que forma os dados são usados (68%), garantir que não haja conteúdo ilegal sendo gerado (63%) e divulgar quando o conteúdo foi gerado por IA Generativa (62%).


“Em um mundo onde a confiança é fundamental, as empresas precisam entender que conquistar isso de suas clientes por meio de uma IA ética não é apenas uma obrigação regulatória, mas uma vantagem estratégica. Durante décadas, a Thoughtworks tem aconselhado as empresas do nosso portfólio sobre como aproveitar todas as vantagens desta tecnologia emergente e, ao mesmo tempo, construir uma governança responsável nos processos de negócios para proteger essa confiança”, completa Mike Mason, Diretor de Inteligência Artificial da Thoughtworks.

 

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