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Chocolate: em alta no Brasil, projeção internacional para o preço bate recorde

Dados do IBGE mostraram expansão de mais ou menos 9% em território nacional, enquanto a tonelada de cacau está com o maior preço desde 2012, nos contratos futuros


Fonte: Banco de imagens Wix

Pouca gente recusa um pedaço de chocolate depois do almoço ou em qualquer horário do dia. Ocorre que o preço dessa mercadoria, junto dos achocolatados, no Brasil ficou aproximadamente 9% maior nos últimos 12 meses, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


Para Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios, essa expansão em território nacional ocorreu por causa de movimentos estrangeiros.


“No Brasil, eu vejo poucos fundamentos que justifiquem a alta, ainda acredito que ela aconteceu devido aos preços internacionais”, disse ao R7.


Segundo ele, o ramo do cacau está pressionado por problemas na Costa do Marfim. O país africano é o “principal produtor” do item.


“O governo local já anunciou que haverá perdas devido ao excesso de chuvas que prejudicou a florada, então estamos indo para o terceiro ano consecutivo com desequilíbrio entre a oferta e demanda.”


Além disso, os agentes do mercado internacional estão fazendo estimativas de alta ainda maiores. Na última terça-feira (5), o contrato futuro nos Estados Unidos de uma tonelada de cacau, com entrega em dezembro, atingiu seu maior valor em 12 anos. O patamar foi de US$ 3.697, o que equivale a aproximadamente R$ 18,48 mil.


Normalmente, o cacau tem preços mais elevados quando a demanda cresce antes das épocas festivas, quando os doces e produtos de panificação são mais procurados.


Outro fator relevante para os preços é quando o mau tempo prejudica as plantações do fruto. Ambos os fatores estão acontecendo neste momento.


Os especialistas atribuem a valorização do cacau no último ano a um aumento na demanda pós-Covid-19 por produtos de chocolate, especialmente na China.


Ainda, o fenômeno climático La Niña também trouxe um excesso de umidade e doenças aos cacaueiros.


Sterling Smith, diretor de Pesquisa Agrícola da AgriSompo North America, explica: “Temos uma combinação de fatores em jogo. A demanda internacional por cacau aumentou de forma rápida e expressiva. Muitos países que tradicionalmente não eram consumidores de cacau agora estão se tornando compradores, o que está elevando os preços. Também temos enfrentado problemas na safra”.


Açúcar também em alta

Delara ressalta que o encarecimento recente do açúcar também contribui para a expansão nos valores dos chocolates. Na bolsa de Nova York, os contratos futuros do produto estão na maior cotação desde 2011.


“Mesmo com uma grande safra no Brasil, a produção e oferta indiana preocupam o mercado. Até este momento, o governo não liberou nenhum conta de exportação, pois está aguardando o fim do período de chuvas de monções para avaliar as condições dos canaviais e estimar a produção”, afirma ele.

 

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