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Custo de vida em São Paulo desacelera em agosto

Levantamento da FecomercioSP aponta que as variações para as classes D e E ficaram próximo da estabilidade; classe A obteve alta de 0,32%


O Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) desacelerou em agosto. Segundo o levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), os preços dos produtos e serviços na RMSP apresentaram uma expansão de 0,18% no mês, desacelerando em comparação a julho, quando o indicador variou 0,77%. Em 12 meses, o CVCS acumula alta de 4,11% [gráfico 1]. 


CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)

Na avaliação da FecomercioSP, o cenário atual é promissor graças ao mercado de trabalho aquecido, gerando efeitos positivos para economia, pois a inflação tende a ficar controlada até o fim do ano — o que é fundamental para a manutenção do poder de compra das famílias. No entanto, a questão climática se mantém como um tópico de preocupação, frente à seca e à baixa nos reservatórios, pressionando o custo da energia elétrica, dada a mudança da bandeira tarifária para a mais cara, a vermelha. 


CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)

As classes de menor poder aquisitivo, D e E, foram as que menos sentiram o impacto da inflação, com variações de -0,01% e 0,02%, respectivamente, enquanto a classe A enfrentou um aumento de 0,32%.


Um dos motivos principais para essa desaceleração é a queda significativa no grupo de habitação, que recuou 0,31%. Além disso, a redução de 3,1% nos preços da energia elétrica, incentivada pela volta da bandeira tarifária verde, refletiu especialmente nas classes de renda mais baixa. Para a classe E, a variação foi negativa em 0,44%, enquanto a D apresentou 0,52% [tabela 1]. Contudo, os dados de setembro apontarão um cenário que voltou a piorar.


CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS) – GRUPOS DE PRODUTOS

Ademais, o grupo de transportes também registrou diminuição (-0,20%), com destaque para o barateamento das passagens aéreas (-8,5%) e dos serviços de ônibus interestadual (-1,4%) e intermunicipal (-0,2%). Em contrapartida, o grupo de alimentação e bebidas subiu 0,32%, com encarecimento mais acentuado para as classes de renda mais alta, refletindo o impacto dos preços sobre a alimentação fora do domicílio [tabela 2].

 

Índice de Preços no Varejo (IPV)

O Índice de Preços no Varejo (IPV) também registrou variação positiva (0,39%) em agosto, acumulando alta de 2,46% em 2024 e variação anual de 2,88%. O grupo de transportes foi o principal responsável por essa elevação, com variação de 0,46%. A segunda maior pressão ficou por conta do setor do vestuário, com alta de 0,84%. Essa realidade contrasta com a queda de 0,09% nas despesas pessoais, que sinaliza uma desaceleração do consumo nas classes menos favorecidas.

 

Índice de Preços de Serviços (IPS)

O Índice de Preços de Serviços (IPS) apontou um leve recuo de -0,05%. Os grupos de transportes (-1,36%) e habitação (-0,49%) foram os maiores responsáveis pelo resultado. Educação, por sua vez, obteve alta de 0,88%, com acumulado de 6,54% no ano. 

 

Na análise por estratos de rendimentos, as classes A e B perceberam aumentos mensais de 0,26% e 0,17%, respectivamente, enquanto as classes D e E observaram variações negativas de 0,51%.


IPV e IPS MENSAL

Notas metodológicas

CVCS


O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.

 

Sobre a FecomercioSP

Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

 

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