O levantamento da NIQ|Ebit sobre o e-commerce, divulgado nesta semana, mostrou faturamento de R$ 119 bilhões em vendas no primeiro semestre de 2023. O resultado corresponde a um período negativo vivido no setor durante o começo do ano, recuperado no segundo trimestre. A retração na comparação com mesmo retrospecto em 2022 foi de 7,3%.
Um fator que contribuiu para a negativa nas vendas do período, conforme análise presente no estudo, foi a diminuição dos pedidos. A retração de 5,2% neste indicador no primeiro semestre foi considerada decisiva para um quadro geral negativo.
Contudo, uma recuperação no segundo trimestre mostrou a força do setor e a expectativa de melhora para a segunda metade do ano. Além disso, menos pedidos também representaram mais planejamento dos consumidores em relação à compra de itens.
“Os shoppers estão mais atentos, ampliando compras pensando em praticidade e planejando melhor seu orçamento pessoal. Há diminuição na quantidade de pedidos e aumento do valor gasto em compras para algumas categorias”, aponta Marcelo Osanai, head de e-commerce da NIQ|Ebit.
Ao todo, 53 milhões de pessoas compraram online no Brasil no primeiro semestre, representando aumento de 6% na comparação com o ano passado. À época, o índice contabilizou 49,8 milhões de consumidores no e-commerce.
Além disso, no total das vendas do e-commerce brasileiro, 62,2% vieram de lojas que não possuem estabelecimento físico.
Gangorra em compras e preços
No caso das categorias que mais pesam no faturamento bruto final do e-commerce, como Alimentos e Bebidas e Saúde, essa interpretação é considerada a mais compatível. A retração, portanto, assolou:
Alimentos e Bebidas – 1,4%,
Saúde – 3,5%
Casa e Decoração – 12,3%
Eletrodomésticos – 13,9%
Informática – 20,4%
Eletrônicos – 23,8%
Moda e Acessórios – 26,1%
Telefonia – 40%
Por outro lado, em três grupos considerados também importantes na análise, os tickets médios geraram equilíbrio e mostram, apesar da cautela, um valor mais alto gasto por usuários em menos pedidos. As categorias com crescimento são:
Telefonia – 5,4%
Eletrodomésticos – 1,5%
Casa e Decoração – 0,4%
Contrapartida do e-commerce
Como dito anteriormente por Osanai, parte do apelo do e-commerce têm sido a praticidade. Com destaque para produtos de giro rápido, ou seja, uso cotidiano, o modelo facilitado o acesso a produtos tradicionalmente comprados no varejo físico. É o caso de alimentos, bebidas, produtos de higiene e perfumaria.
Outra variável apontada pela pesquisa é o uso de aplicativos de delivery, cada vez mais adotadas por supermercados e farmácias de grandes centros no Brasil. Entre os motivos mais citados para a utilização do formato, ficaram entrega gratuita, descontos e praticidade.
No caso dos apps de supermercados, o frete grátis é o principal impulsionador (66%), seguido de promoções (58%), cupons de desconto (46%), economia de tempo (41%) e comodidade de não sair de casa (36%).
Já nas farmácias, o principal motivador é a promoção de itens em desconto (58%), frete grátis (54%), não precisar sair de casa (40%) e economia de tempo (38%).
No exterior
No cenário do e-commerce cross border durante o primeiro semestre deste ano, 68% dos respondentes afirmam ter realizado transações em plataformas estrangeiras. O índice cresceu em relação a 2022, quando 54% responderam da mesma forma.
Outro ponto é o aumento da frequência de compras em sites internacionais. O estudo mostra que 40% afirmam ter utilizado consumido nestas plataformas de fora do país entre duas e três vezes no primeiro semestre.
Estes e outros dados estão disponíveis na 48ª edição do relatório Webshoppers, produzido pela NIQ|Ebit.
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