Sondagem Econômica das MPE, elaborada pelo Sebrae em parceria com a FGV, detectou novo aumento na confiança das micro e pequenas empresas, em julho
O aumento da vacinação e a redução dos casos de Covid-19 estão fazendo com que os empreendedores do setor de Serviços, um dos mais afetados pela pandemia do coronavírus, recuperem a confiança e acreditem que irão ampliar o número de contratações nos próximos meses. De acordo com a Sondagem Econômica das MPE, elaborada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 17,3% dos empreendedores acreditam que irão aumentar o quadro de pessoal nos próximos três meses. Esse é o melhor resultado desde outubro de 2013.
Junto com o aumento da expectativa de contratações, também cresceu a confiança desses empreendedores. Pelo quarto mês consecutivo, o Índice de Confiança das MPE de Serviços (MPE-Serviços) subiu 4,1 pontos, em julho, e atingiu 96,3 pontos, o maior nível desde janeiro de 2020 (96,8 pontos). “Após um período bastante desafiador para as empresas de serviços, já que a pandemia havia afetado mais profundamente o setor de serviços, os empresários deste setor estão mais otimistas e percebem que julho já foi um mês mais positivo, e que a melhora deverá continuar nos próximos meses”, observa o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Ele ressalta que, no horizonte das expectativas, o setor projeta boas perspectivas para a situação dos negócios nos próximos seis meses.
O resultado do setor apresenta diferenças por segmentos e a maior contribuição positiva veio dos serviços prestados às famílias, que havia sido um dos mais prejudicados pela pandemia. A confiança das empresas prestadoras de serviços profissionais e demais serviços também cresceu. Apesar disso, serviços de transporte e serviços de informação e comunicação recuaram 3,5 pontos e 2,4 pontos, respectivamente. Os serviços de informação e comunicação foi um dos poucos que havia se beneficiado durante a pandemia e agora está arrefecendo. Já os serviços de transportes ainda oscilam, já que a circulação de pessoas para o trabalho, para as escolas etc ainda é oscilante e não retomou à situação do período pré-pandemia.
O incremento da confiança dos Serviços somado ao do Comércio (+5,2) e Indústria (+2,8) fez com que o Índice de Confiança da Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) , que agrega as MPE dos 3 setores, subisse 4,1 pontos em julho, atingindo 100 pontos, seu melhor resultado desde dezembro de 2013, quando registrou 100,2 pontos. Foi o quarto mês seguido de expansão do IC-MPE. Nos últimos quatro meses, a confiança subiu 18,5 pontos na média geral e ficou 16,1 pontos acima de julho do ano passado. Segundo Melles, “isso significa que, apesar das MPE ainda não terem recuperado todas as perdas causadas pela pandemia, os empresários estão recompondo suas expectativas para um novo ciclo de expansão”.
“No mês de julho, melhoraram a produção, as vendas, o emprego, o crédito e foram mantidas as expectativas de continuidade da recuperação, o que pode sinalizar que o pior momento do ambiente econômico já ficou para trás. O grande desafio no curto prazo será destravar a questão das barreiras de obtenção de crédito que ainda é um grande problema, em especial, para as empresas mais novas”, comenta Melles. Ele complementa que, particularmente no mês de julho as regiões Sul e Nordeste foram as que mais influenciaram a melhora deste ambiente, com destaque aos segmentos de comércio de veículos, motos e peças (lojas de autopeças e pequenas revendedoras), serviços prestados às famílias e indústria de vestuário.
Comércio
Após uma redução no ritmo de crescimento em junho, o Índice de Confiança das MPE do Comércio voltou a acelerar em julho, ao subir 5,2 pontos, para 97,0 pontos, o maior nível desde setembro de 2020 (98,0 pontos). O resultado do setor foi influenciado pelo maior otimismo dos donos de micro e pequenas empresas, mas também por um aumento da satisfação em relação ao momento atual. O avanço da confiança das MPE do Comércio foi observado nos três segmentos pesquisados: o de veículos, motos e peças (lojas de autopeças e pequenas revendedoras) foi o que mais contribuiu para a alta do índice ao subir 9,7 pontos, para 110,5 pontos, o mais alto nível desde julho de 2011 (113,2 pontos). Este segmento foi seguido pelo comércio de material de construção e varejo restrito que cresceram 7,5 e 3,8 pontos respectivamente.
Indústria de Transformação
A confiança das MPE da Indústria de Transformação continua mantendo a sua tendência ascendente pelo terceiro mês consecutivo, ao subir 2,8 pontos, para 106,7 pontos, o maior nível desde dezembro de 2020 (112,0 pontos), único setor com indicador acima do nível 100 pontos. “O setor industrial das MPE na Indústria de Transformação continua confiante apesar do cenário ainda apresentar dificuldades de obtenção de matérias primas e existirem riscos de racionamento energético”, pontua o presidente do Sebrae.
Entre os segmentos analisados, o segmento vestuário apresentou forte alta ao avançar 35,9 pontos, para 116,8 pontos, o maior nível da série histórica enquanto o segmento alimentos recuou 3,3 pontos, para 96,4 pontos.
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