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Inadimplência mantém recorde histórico e atinge 68,76 milhões de consumidores, aponta CNDL/SPC Brasil

Indicador aponta que 41,79% da população adulta do país está inadimplente. Região Norte é o local que possui maior percentual de inadimplentes do país


Fonte: Freepik

O número de inadimplentes no país se manteve estável em maio de 2024, repetindo o de abril de 2024 – o maior da série histórica do levantamento. O Indicador realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,79%) estavam negativados em maio de 2024, o que representa 68,76 milhões de consumidores. Em comparação com maio de 2023, o percentual de inadimplência do Brasil teve queda de ‐0,04% em maio de 2024. Na passagem de abril para maio, o número de devedores caiu ‐0,82%.


A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em maio deste ano ficou abaixo da observada no mês anterior.


NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES



“O número mostra que os consumidores estão com dificuldade para sair da inadimplência. Mesmo com indicadores macroeconômicos mais positivos e programas do governo incentivando as pessoas a limparem o nome, as famílias não estão conseguindo sair desta situação. Os imprevistos, a redução de renda e a falta de controle no orçamento são grandes motivadores da inadimplência e a prioridade acaba sendo o pagamento daquelas contas que sofrem cortes no fornecimento dos serviços como internet, telefone, água e luz”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa


NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR TEMPO DE ATRASO



A queda do indicador anual se concentrou na diminuição de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a 1 ano (‐13,88%).


O número de devedores com participação mais expressiva em maio está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,69%). De acordo com a estimativa, são 17,01 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (50,01%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,14% mulheres e 48,86% homens.


NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO



ESTIMATIVA DE INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA



CADA NEGATIVADO DEVE, EM MÉDIA, R$ 4.445,19. MAIOR PARTE DAS DÍVIDAS SÃO COM BANCOS


Em maio de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.445,19 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,10 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.


NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR VALOR TOTAL DAS DÍVIDAS



Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (30,70%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,72% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.


Em maio de 2024, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 0,76% em relação ao mesmo período de 2023. O dado observado em maio deste ano ficou abaixo da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de abril para maio, o número de dívidas apresentou recuo de ‐0,61%.


NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO



Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Água e Luz com crescimento de 1,63%, seguido de Bancos (1,03%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (‐8,74%) e Comércio (‐4,61%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.


“A expectativa é de que o cenário da inadimplência no país não mude nos próximos meses, a situação leva tempo para ser modificada. Por isso, a recomendação é que as pessoas evitem se endividar na medida do possível, que não aceitem qualquer oferta de crédito e busquem ajuda para sair desta situação. Muitas vezes a pessoa se envergonha e acaba agindo sozinha, traçando um planejamento não realizável, o que pode piorar a situação da dívida”, aponta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.


NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO POR SETOR CREDOR



Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 64,90% do total. Na sequência, aparece Água e Luz (10,88%), o setor de Comércio com 10,68% e Outros com 7,53% do total de dívidas.


Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro‐Oeste (2,15%), seguida pelo Nordeste (1,29%) e Sudeste (1,02%). Por outro lado, o Sul (‐5,64%) e o Norte (‐1,31%) mostraram queda no número de dívidas na comparação anual.



Em termos regionais, o maior percentual de inadimplência está na região Norte, onde 45,49% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, na região Sul, a proporção de negativados equivale a 38,13% da população adulta.



Para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse consumidor tem apenas uma dívida.


Sobre a CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de mais de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.


SPC Brasil – Há mais de 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para a sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.

 

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