Levantamento bimestral do setor aponta também custos e dívidas como desafios para segmento
As micro e pequenas indústrias (MPI’s) estão mais otimistas. É o que mostra o Índice de Satisfação do setor, medido pelo Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, que saiu dos 126 pontos no bimestre passado e atingiu 131 pontos nos meses de julho e agosto.
O número é da pesquisa realizada bimestralmente pelo Datafolha a pedido do sindicato do setor, o Simpi-SP, e avalia o contentamento dos donos de micro e pequenas indústrias em todo território nacional. O resultado de julho e agosto indica otimismo, pois ultrapassa a marca dos 100 pontos da neutralidade, mas está distante do limite dos 200 pontos.
Dentre os destaques para a melhora está a análise da satisfação com os lucros, que saiu de 114 para 121 pontos. No destaque por região, as empresas do Centro-Oeste e o Norte são as mais otimistas, com 150 pontos, enquanto as do Nordeste são as mais pessimistas (120), apesar de todas operarem acima dos 100 pontos.
O levantamento também indica o movimento de contratações e demissões no setor. Do total das empresas, 15% abriram vagas, enquanto 11% fecharam, o que deixa um saldo positivo de empregos e sinaliza para um aumento de mão de obra nas indústrias.
O presidente do Simpi-SP, Joseph Couri, alerta que, apesar do saldo positivo, é preciso ter atenção a outros indicadores da pesquisa, que representam um cenário não tão favorável aos empreendedores.
“Há uma série de problemas que, apesar da melhora, ainda se encontram presentes, como endividamento, alta nos custos de produção, além da falta de informação sobre linhas de crédito e o fato de que a maioria dos empresários empreendem por necessidade”, afirma o presidente.
Das empresas, 45% possuem dívidas, com índices mais altos entre pequenas indústrias do que entre micros. As mais frequentes são relacionadas a impostos e tributos (29%), seguidas de dívidas com bancos e instituições financeiras (22%).
O grau de inadimplência também é mostrado na pesquisa: enquanto 8% das empresas têm endividamento muito alto, que pode comprometer o funcionamento dos negócios, 28% registram endividamento alto, mas sob controle.
A sondagem também revelou que a maioria dos empresários estava sem emprego quando abriu seu negócio: 54%, o que, segundo Joseph Couri, indica um empreendimento por necessidade. Em relação à situação financeira, 74% dizem estar em circunstâncias melhores do que antes de empreender.
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