Reflexo direto da economia, o varejo está passando por transformações significativas, marcando uma recuperação impulsionada pela melhora do poder de compra, renda e redução de juros. As vendas devem apresentar uma alta real de 2% em 2023, como aponta a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), e o primeiro bimestre viu um saldo positivo na abertura de lojas, somando 27,6 mil novos pontos, tanto físicos quanto digitais, indicando a movimentação positiva no setor.
No Brasil, as empresas de comércio comemoram o aumento de clientes, destacando que as visitas nas lojas físicas cresceram significativamente. O mapeamento de fluxo realizado pela SBVC (Sociedade Brasileira de Consumo) revela um aumento de 3% na movimentação de lojas físicas em junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ou seja, tanto os lojistas de rua quanto os de shopping estão experimentando taxas de crescimento notáveis.
Mesmo diante do avanço incontestável do online desde 2020, o varejo físico não apenas resiste, mas retoma com firmeza sua posição de destaque. Os números globais de 2022, que registram receita colossal de US$ 28,8 trilhões no varejo, destacam uma realidade surpreendente: apenas 19,8% desse montante têm origem no e-commerce. Se restringirmos o olhar ao Brasil, as vendas online representaram apenas 10% do faturamento total do setor, apontando a resiliência das vendas físicas.
No centro dessas transformações está a necessidade de integração entre o varejo físico e digital, uma sinfonia que ressoa nas estratégias de gigantes como a Americanas. Após um período dedicado ao online, a empresa anunciou que colocará as lojas físicas no centro do palco. A orquestração inclui a organização das lojas em grupos e produtos mais acessíveis, visando atrair os clientes fiéis.
Além-fronteiras, as relações entre marcas e consumidores estão forjando um novo futuro para o segmento. O empoderamento das multidões, ou “crowd empowerment”, é a nova melodia, onde cada pessoa com um smartphone pode contribuir e ser aplaudida. A Lego, por exemplo, transforma sugestões de peças feitas pelos clientes em produtos reais, um verdadeiro coro de colaboração.
Deparamo-nos, ainda, com o desafio de estabelecer vínculos com a Geração Z, que cresceu com o digital, mas mesmo assim nutre um apreço inegociável pela experiência física. Esse entrelaçamento dá vida ao conceito da “economia da dopamina”, onde as marcas competem para cativar não apenas pela qualidade dos produtos, mas pelas experiências sensoriais.
Nesse cenário, o chamado Omni PDX emerge como uma necessidade vital. Ele é o ponto de venda que deixou de ser um mero local de transação; tornou-se um encontro, uma experiência completa. Nele, soluções, operação e relacionamento se encontram pensados especialmente na experiência do cliente, foco principal do mercado.
Concluindo essa sinfonia em ascensão, o renascimento do varejo físico transcende a mera constatação; é, na verdade, a declaração de uma necessidade estratégica atual. A harmonia entre o mundo físico e digital, conjuntamente com uma abordagem omnichannel, é a melodia que reverbera, de certa forma, juntos aos desejos dos consumidores, cada vez mais empoderados e conectados.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento do portal Varejo S.A. e do Sistema CNDL.
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