De acordo com especialista, é importante que os supermercadistas tenha uma estratégia para reverter esse cenário
A nova Pesquisa de Prevenção de Perdas da Abrappe (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas), aponta que desde o começo da pandemia até o fim de 2022, as perdas no varejo cresceram 23%. De acordo com o índice, as perdas não identificadas (furtos, roubos, erros humanos) aumentaram 52,54% neste período apenas nos supermercados.
Há diversos motivos que contribuem para a ocorrência de perdas no varejo, sendo esse um assunto de interesse tanto para os varejistas em geral quanto para os gestores que atuam no setor de supermercados. Os furtos representam apenas uma das razões pelas quais os varejistas desse segmento enfrentam prejuízos, ou seja, existem outros fatores que também levam a perdas significativas, como roubos, quebras operacionais, falta de abastecimento ou excesso de compra.
De acordo com Leandro Rosadas, economista e especialista em gestão de mercados, é importante que os donos de mercados, atacarejos e hortifrutis tenham uma estratégia para conter essas perdas. “Se não houver um plano para mitigar esse problema, as perdas impactarão e muito o faturamento, ao fim do mês. Além disso, produtos de alto risco, como whisky, energéticos, vodka e protetor solar, merecem uma atenção especial, como por exemplo: armazenagem em área controlada, monitoramento – circuito fechado de televisão; conferência detalhada e inventários rotativos mais frequentes ”, afirma o especialista.
O especialista dá outras dicas para prevenir as perdas no varejo alimentício:
1. Realize treinamentos com frequência – “Além da equipe de prevenção de perdas precisar estar bem treinada, esse conhecimento deve sempre ser extensivo para os demais funcionários. Todos devem saber atuar na prevenção de perdas. Um exemplo: sempre que um funcionário identificar uma pessoa com um produto em mãos circulando pela loja, ele deve oferecer um carrinho ou uma cestinha; se o funcionário desconfiar que algum cliente tenha pego e escondido algum produto em seus pertences, a abordagem deve ser sempre muito delicada, se aproximar e perguntar se ele procura algo em especial, se está precisando de ajuda, abordagens como essa fazem a diferença. É importante de tempos em tempos reciclar esse treinamento junto a todos os colaboradores” ressalta Leandro.
2. Invista em tecnologia – “O circuito fechado de câmeras (CFTV) também é muito utilizado, mas é preciso ter profissionais para fazer o monitoramento. Utilizar etiquetas eletrônicas nos alimentos mais furtados e mais caros, como: pilhas, aparelhos e lâminas de barbear e algumas bebidas alcoólicas. A etiqueta eletrônica é uma medida que deve ser acompanhada da instalação de antenas na entrada e na saída da loja para que elas detectem e soem um alarme. Para supermercados maiores que têm seguranças, vale investir nas chamadas “bodycam”, câmeras instaladas nos uniformes dos seguranças. Supermercados como Carrefour e Atacadão já utilizam essa tecnologia”, comenta Rosadas.
3. Supervisionar as iniciativas de prevenção – “Considere a possibilidade de um funcionário ser o fiscal de prevenção de perdas. Ele ficaria responsável por: monitorar e combater desperdícios de produtos, implementar melhorias semanais, verificar diariamente a temperatura dos equipamentos de refrigeração, condições de armazenamento e exposição adequada dos produtos e apresentar relatórios para possibilitar a melhoria contínua na redução de persas”, ensina Leandro.
O especialista finaliza pontuando que há diversos recursos tecnológicos que podem ser adotadas para redução de perdas, além do CFTV, como: alarmes de acesso, coletor dados para realização de inventário, rádios comunicadores, solução de monitoramento de frente de caixa, cofre inteligente, rastreamento e monitoramento de frota, sistema de registro de ocorrência, sistema de controle de acesso de terceiros, botão de pânico com alarme para central de segurança externa, entre outros.
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