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Por que as mulheres estão menos confiantes com a economia? Inflação e juros altos reduzem expectativas das paulistanas

Pesquisas da FecomercioSP revelam empresárias e consumidoras menos otimistas quanto aos negócios e ao consumo, cuja expectativas são as menores em quase uma década


A inflação, os juros elevados e a instabilidade econômica têm reduzido a confiança das consumidoras e empresárias paulistanas. Pesquisas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) indicam que as empreendedoras estão mais cautelosas com investimentos, ao passo que, entre as consumidoras, a percepção da falta de políticas sólidas para lidar com esse cenário deve afetar o desempenho dos bens duráveis nos próximos meses.


Além disso, a inflação dos alimentos é um dos principais fatores de descontentamento das mulheres em geral, apesar das condições de emprego e renda atuais ainda serem avaliadas positivamente por elas. No entanto, a maior volatilidade do mercado de trabalho e a diferença salarial em comparação com os homens contribuem para uma menor confiança no consumo futuro.


As conclusões se baseiam em três índices da Entidade (todos com recortes específicos para mulheres): Confiança do Consumidor (ICC), Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) e Intenção de Consumo das Famílias (ICF). Os indicadores variam de 0 a 200 pontos, com valores mais baixos indicando pessimismo e os mais altos, otimismo. 


ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR (ICC) — MULHERES - FecomercioSP
ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR (ICC) — MULHERES - FecomercioSP

Expectativas no nível mais baixo em quase 10 anos

Em fevereiro, a confiança das consumidoras paulistanas registrou a sétima (e mais intensa) queda consecutiva na comparação anual. O ICC recuou 11,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Embora o indicador tenha se mantido acima dos 100 pontos (121), indicando uma percepção ainda otimista, houve uma queda de 0,4% em comparação com janeiro.


A redução da confiança foi motivada principalmente pelas expectativas quanto ao futuro. O Índice de Expectativas dos Consumidores (IEC), variável que compõe o ICC, apresentou retração de 1,4% em relação a janeiro, atingindo 121,4 pontos em fevereiro, a menor pontuação desde maio de 2020. Na comparação anual, registrou a décima quinta queda consecutiva, com recuo de 17,1% — a maior retração desde setembro de 2015, quando o Brasil enfrentava a maior crise da sua história recente.


O Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), outro subíndice do ICC, registrou uma leve alta de 1,1% em relação a janeiro (120,5 pontos), mas permanece 1,7% abaixo do registrado em fevereiro do ano passado. O subíndice apresentou recuperação ao longo de 2023 e no início de 2024, incentivado pela boa atuação do mercado de trabalho, pela inflação controlada e pela queda na taxa de juros. No entanto, esse cenário se reverteu no fim do ano passado e já começa a impactar o humor das consumidoras.


Empresárias seguram investimentos de olho na economia

O ICEC registrou 107,8 pontos em março. Além disso, a variável que obteve menor pontuação foi o Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), que ficou abaixo dos 100 pontos e, portanto, no patamar do pessimismo, ao registrar 96,1 pontos. O resultado é reflexo direto da instabilidade econômica, da inflação e dos juros elevados, já que estes refletem nos custos das empresas. Para 48,2%, as condições atuais da economia pioraram muito. 


Apesar da situação atual desfavorável, o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), que também compõe o ICEC, registrou 125,8 pontos, refletindo a esperança delas por melhores condições do mercado e políticas econômicas mais favoráveis, além de possíveis incentivos ao consumo e estímulos ao crescimento do setor. Para 35,4%, a perspectiva com relação aos próprios negócios melhoraram.


O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), por sua vez, registrou 101,6 pontos. Dentre as entrevistadas, 58,6% afirmaram que pretendem aumentar pouco o quadro de funcionários, enquanto a intenção de investir é pequena para 35,9%, apontando precaução diante dos custos elevados e das incertezas no mercado. A maioria das empresárias (53,2%) afirma que seus estoques estão adequados, enquanto 45,9% afirmam estarem inadequados.


Consumo menor entre as mulheres

Em março, a intenção de consumo (ICF) das mulheres registrou quedas de 4,9%, em relação ao mesmo período do ano passado, e de 3,7%, em comparação com fevereiro, atingindo 106,9 pontos. O item Perspectiva Profissional cresceu 3,6% na comparação anual, chegando a 123,3 pontos. O resultado sugere que elas estão otimistas quanto à empregabilidade e à estabilidade financeira a longo prazo, a despeito dos impasses do cenário macroeconômico. 


No entanto, os demais indicadores que compõem o índice registraram queda no mesmo comparativo: Perspectivas de Consumo (98,4 pontos), Acesso ao Crédito (96,3 pontos), Nível de Consumo Atual (80,5 pontos) e Momento para Duráveis (75,7 pontos) foram as variáveis que apresentaram resultados mais preocupantes, mantendo-se abaixo dos 100 pontos. No comparativo mensal, os subíndices também caíram. 


INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS (ICF) - MULHERES - FecomercioSP
INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS (ICF) - MULHERES - FecomercioSP

Segundo a FecomercioSP, a recuperação da intenção de consumo das famílias dependerá da flexibilização da política monetária, do fortalecimento do mercado de trabalho e da estabilidade fiscal.


Notas metodológicas

ICEC


O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa refere-se ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.


ICC


O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados com aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. Esses dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.


ICF


O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP, desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo; Perspectiva de Consumo; e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível — a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos — que seja uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias, assim como para as instituições financeiras.


Sobre a FecomercioSP


Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que afetam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.


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