A Páscoa está chegando. Em boa hora, diz o setor produtivo. A tradição faz pequenos e marmanjos chocólatras revirarem os olhos só de pensar nas delícias que começam a tomar formas e cores nas vitrines, prateleiras e outros expositores comerciais. Mas enquanto a cadeia produtiva do chocolate espera crescimento nas vendas de até 20%, aproximando-se do período anterior à pandemia, o consumidor olha desconfiado e até desanimado para os preços, que chegam amargos.
Para o mercado, a Páscoa é o quarto melhor evento do ano. E impacta também no setor de trabalho, gerando empregos temporários diretos e indiretos. De acordo com previsão da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), este ano pode até a 8,5 mil novos postos.
MIX DA PÁSCOA
O movimento positivo na indústria vem acelerando desde o ano passado, quando registrou aumento de 6% na produção, comparada com 2020, segundo a Abicab. Com mais flexibilização das medidas de isolamento na pandemia, a reação continua crescente. O que anima também outros segmentos relacionados com Páscoa e semana santa.
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O único –mas que pode ser determinante – problema é a inflação. Por isso, adotar algumas estratégias de divulgação e promoção dos produtos pode fazer a diferença. Uma das mais consagradas é a "exposição casada" de produtos. Nesse processo, os comerciais sempre oferecem aos consumidores pontos de reflexões sobre o tema, mostrando-lhe, no caso, que há muito mais a consumir na data do que apenas o ovo de Páscoa. Com isso, agregam-se produtos como vinhos, comidas típicas da semana santa, brinquedos e até joias. Tudo bem "embalada" nas propagandas e com o delicioso sabor de chocolate.
Produtos para a semana santa e, claro, para o almoço ou jantar do domingo de Páscoa também entram no mix. As campanhas, que já estão nas mídias, principalmente das marcas gigantes do segmento, enfatizam o valor agregado para a ocasião, apresentando aos consumidores soluções que vão dos "oito aos oitenta". Ou seja: para quem pensa em fazer economia, mas não quer deixar de comemorar a Páscoa, até para quem tem gostos e bolsos mais requintados.
INVESTIMENTO EM MÍDIA
O crescimento do setor já no ano passado trouxe estímulo para as grandes marcas aumentarem o investimento em mídia. Apesar da pandemia, as principais marcas registraram aumento em vendas acima de 10% em 2021, especialmente em barras e caixas. Esse movimento deu fôlego à produção de conteúdo, que deve atingir seu ápice nos próximos dias, para contrapor à inflação que anestesia o consumidor diante dos preços dos produtos. O aumento médio é de 15% em relação ao ano passado, mas a variação de preço, de acordo com marca e valor agregado, pode superar os 130%, segundo levantamento do Procon. Por isso a pesquisa é sempre uma boa medida de economia.
Como sempre, o público infantil é o mais visado quando o assunto é ovos de chocolate. Mas os pais que se preparem. Um ovo de 100g de chocolate com um brinquedinho associado pode valer até R$ 70, em média. Segundo pesquisa do Instituto Cantar, a indústria de chocolate produziu 511 mil toneladas de janeiro a setembro de 2021, crescimento de 44% quando comparado com o mesmo período de 2020, ano em que tudo fechou e o comércio de chocolates se valeu das mídias sociais e do delivery para sobreviver. Nesse período, o setor apresentou incremento de 2,4% em comparação com o ano anterior, representando um montante superior a R$ 11 bilhões, valor estipulado pelo consumo doméstico. Agora, com a situação um pouco mais regular, com o consumidor circulando mais livremente, a esperança do setor é de uma recuperação plena.
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